segunda-feira, 14 de julho de 2014

Uma Casa Constrói-se Em Anos, E Derruba-se em Minutos.

Às vezes afasto-me das pessoas apra recarregar baterias. Mas não é porue não gosto de falar com elas, é mesmo porque preciso. Sou um introvertido. Quando estou bem disposto falo muito, mas falar muito cansa. Claro, que quando conheço as pessoas, sou mais calado. Mas isso é porque ainda não construí com elas as bases deuma amizade. Acho que para qualquer relação - seja amistosa, ou amorosa - e necessário, antes de tudo confiança e respeito. 

São ambas coisas que levam muito tempo a construir. Sim com algumas pessoas leva anos, com outras é uma questão de meses, mas o facto é que não se cria de um momento para o outro - e aliás, se assim se fizesse, não teriam tanto valor como têm. E construir essa confiança e respeito não é muito difícil...

O problema é quando estes são destruídos por qualquer motivos.

Penso na confiança e respeito que tenho pelas pessoas, como construir uma casa.

Constrói-se, durante anos, até ser completa.

Depois, por alguma razão, ocorre um desastre qualquer - terramoto, furacão ou o diabo que o valha - e a casa vai abaixo - às vezes nem é de repente, às vezes é demolida ao longo de actos menos bons por parte de um ou dos dois construtores.

O facto é que para se voltar a construir, leva anos. Mas voltar a construir sob os destroços da casa antiga é impossível. A únca maneira de dar a volta, é começar de novo, limpar os destroços, e recomeçar do zero. 

No entanto, por vezes, remover os desroços e as ruinas, tem um custo demasiado elevado e elas lá ficam, e os construtores seguem cada um para seu lado. Ou seja, não é possivel restituir a confiança e respeito mútos, e por isso, o melhor, é não arriscar caminhar em ruinas que nos podem cair em cima.

Eu, pessoalmente? Sou do tipo que deixa a casa ir sendo derrobada aos poucos, se perco a confiança em alguém, nunca a perco toda de uma vez num acto só. O mesmo acontece para o respeito. Mas mais do que isso, sou do tipo que nunca vê meio de pegar em destroços e ruínas. O custo de as limpar e reconstruir, é sempre demasiado, por uma simples razão - se a outra pessoa queria realmente dar importância à casa, não a deveria ter deixado desmoronar. Assim, se a pessoa realmente desse importância à confiança e respeito depositados nela por mim, então não os quebrariam.

Vou dando oportunidades, sim. Mas não quando a pessoa pede demasiadas de mim.

Se já perdi amizades com isso? Já.

Se sinto que perdi alguma coisa de especial por ter perdido amizades com isso? Absolutamente não. 

É um processo de seleção artificial da minha parte. Separo o trigo do joio, e no final, acabo com aqueles amigos que sempre me deram razões para em neles ter confiança e respeito, e vejo a minha vida livre daqueles que não souberam dar valor ao que tinham até o destruirem. Pois aí é já tarde de mais e comigo não há volta a dar.