domingo, 25 de maio de 2014

Angels

A minha música preferida do Robin Williams, sem dúvida. E ele está neste momento a cantá-la. Sei a letra toda, e agora gostava mesmo de lá estar...


Mas pronto, lá vou ouvino na rádio o que já não mau de todo.

E as minhas preçes foram ouvidas...

O Boss AC está mesmo a cantar "Sexta-Feira"

I'm ok, I'm Alright

E estou a ouvir o Rock in Rio passar na RFM, já que não vou, ao menos posso ter parte da experiência...

Até gosto da Áurea, e não me importo de ouvir o Boss AC (com o seu clássico "É Sexta-Feira"), mas estou mesmo curioso para ouvir a Ivete Sangalo e o Robbie Williams.

E a Música Continua a Inspirar-me.

Desta vez, a música que me inspirou foi esta:

Os Imagine Dragons já eram uma das minhas bandas preferidas muito antes de a Vodafone usar esta música deles para os anúncios de TV do Vodafone Red. Foi com deleite que me apercebi, na altura em casa da minha avó paterna, que na televisão estava a passar esta música que me era familiar, e cujo refrão eu ja conseguia acompanhar facilmente.

Ora, passaram esta música na rádio, e apercebi-me que estava sozinho em casa. Dei por mim a sentir-me... Bem. Com tudo. Foi como ue uma onda de energia a inundar-me, e antes que desse por iso, eu já tinha saltado da minha cama e comecei a dançar pela casa. Precariamente, claro está, uma vez que os meus dotes de dança resumem-se à valsa. Ainda assim, senti-me mesmo como se estivesse no topo do mundo.

É bom ver que por vezes, as mais pequenas coisas da vida nos podem dar este tipo de energia. Quando a música acabou, sentei-me em frente ao computador, a arfar, mas continuo a sentir-me cheio de vontade de saltar e correr, enquanto escrevo estas palavras. Vou aproveitar o pouco tempo que tenho sozinho em casa para realmente fazer isso mesmo. 

É Ter Fome, É Ter Sede De Infinito

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
- Florbela Espanca

Eu estava sentado em frente ao portátil, a ouvir o CD Solta-se O Beijo, dos Ala dos Namorados, e eis que me deparo com o facto de que, cantando em dueto com Sara Tavares, surge no CD uma letra bastante familiar. É, não só um dos meus poemas favoritos, como também uma das canções portuguesas que mais gosto de ouvir. Apesar de ter gostado da versão dos Ala dos Namorados, gosto mais do eterno clássico cantado por Luís Represas, o vocalista dos Trovante. Claro está, a voz de Luís Represas tem um lugar especial no meu coração, já que foi ele que cantou todas as músicas que se ouvem no filme animado Tarzan, da Disney, um dos meus filmes de infância, um que, tal como o Rei Leão e Papuça e Dentuça, vi tantas vezes que me admiro como não gastei a VHS. 

Mas de volta ao poema que acima foi referido, eu estava a ouvir essa música, e senti um calafrio percorrer-me a espinha, ao ouvir os versos "É ter mil desejos de esplendor,/ E não saber sequer que se deseja/É ter cá dentro um astro que flameja,/ É ter garras e asas de condor!/ É ter fome, é ter sede de infinito/ Por elmo as manhãs de oiro e de cetim.../É condensar o mundo num só grito!". São sempre estes que me movem mais, pois são - de um poema que sinto ser umadescriçãod e mim mesmo do início ao fim - as palavras com quem mais me identifico.

Ainda surpreendido com este hino de exaltação à essência de um poeta, constatei que me estava a afastar das minhas raízes. Não era um pensamento novo, de facto, já que há umas semanas atrás, numa conversa com a minha mão, após ela comentar que era bom eu falar tão bem a língua inglesa, dei comigo a responder que, embora seja de facto uma vantagem saber falar o inglês, tenho estado a dedicar pouco tempo à minha língua nativa, o português.

Claro, o português está presente no meu dia a dia, mas cada vez menos. Nos meus tempos de lazer, está praticamente ausente, já que leio livros em inglês, passo tempo em sites ingleses, e converso com amigos que são naturais dos Estados Unidos, do Reino Unido e, alguns, até mesmo de outros paises (sendo o Inglês a ponte que nos permite ultrapassar as barreiras linguisticas que de outro modo incapacitariam a possibilidade de se formar qualquer tipo de amizade.)

Lentamente, tenho reintroduzido o português nos meus tempos livres - especialemente pela música (reuni alguns CDs antigos, tais como o que despolotou a criação desta publicação, ou o Lágrimas, de Dulce Pontes. Esse contém músicas que eu ouvia na minha infância, com especial menção de Lauridinha, Canção do Mar e As Sete Mulheres do Minho, canções que eu ouvia às custas da minha querida Mãe, e que não me arrependo de conhecer quase de cor.)

Assim, com o tempo, e sendo inspirado por estas músicas, dei comigo a ter vontade de voltar a escrever em Português. Sobre o quê? Não faço a menor idea. 

Talvez caía no poço de Nostalgia, olhe para trás e compare o que está diferente agora do que era antes. Estou a caminho dos 20 anos. Quatro anos passaram desde o meu primeiro contacto com a blogosfera. Dizer quatro anos já não parece assim tanto, mas quando em retrospectiva, me apercebo que isso significa que eu tinha 16 anos na altura, a idade em que o meu irmão está neste moment, constato que eu era... Ingénuo e jovem, ainda a aprender. Desde então já tive uma mão cheia de relações - umas terminando de forma menos boas, outras proporcionando-me com amigos em quem confiaria a minha vida - que culminaram no meu actual estado solteiro, entrei para a Universidade, no curso de Geologia - um curso que há quatro anos nunca pensaria que teria possibilidade de tirar, mas que de facto adoro -, já mudei a mobília do meu quarto seis vezes... 

Há coisas que infelizmente se mantém, como por exemplo, a minha aparente inabilidade para estudar, ou conseguir forçar-me a estudar. Se me perguntarem se eu gosto do curso e das aulas? Adoro. Mas não gosto mesmo é de estudar. Gosto de aprender por gosto e não por necessidade de ter uma pauta emaculada. Mas isso é já feitío e não defeito.

E por isso... Por querer voltar a escrever em português, aqui estou eu de novo.